quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Retalhos do retalho que sou!


Como me sinto?
apática, a apatia brinca comigo volta e meia, volta e meia andamos por ai de mãos dadas, hoje sangra tanto que a cada segundo morro de falta de fé, falta de chão, falta-me força, falta-me família, falto-me eu, no requisito de boa mãe já cansei de ser sexy!
morrem todas as flores, todos os dias, secam-se as músicas, o tempo parou e só e~u escuto as horas que me restam só, no meu emaranhado de cordas e cordoes, putas mal paridas e nódoas negras no peito. amaldiçoar todas as preces bem vindas é pouco, hoje a solidão trancou-me em casa e o desespero toma conta de tudo aquilo que acredito de mulher, que sou, que fui, que um dia ambicionei ser.
Confronto-me com os meus maiores temores e encontro-me entre a corda, a cadeira e o chão.Parar é pouco pra quem estagnou no engano de ser feliz, parar é pouco pra quem ousou ser alegre, parar é pouco pra quem nunca andou, parar é apenas o final de tudo aquilo que nunca andou!
e morrem todas as flores, matei-as sem do nem piedade, matei também a mata que habitava em mim, todos os que ousaram entrar no meu delírio JAMAIS tiveram a dignidade de me acompanhar. propaguei e lutei pelo impossível, pelo unilateral, pela unidade, pelo caralho do ouro no dedo, pelos meus pecados capitais e na gula me encontro, e nas varizes me deleito e nos teus olhos vejo tudo aquilo que nunca tive.
e nos olhos de todas elas vejo um amor que, por falta de sorte ou excesso de zelo me perdi.
conto-te histórias das mais coloquiais para tentar dormir, e clareio a noite sem ao menos entender que nessas mesmas histórias se repetem os mesmos finais, e a tragédia mora em mim, e o meu lar desligou o ar, a luz, a agua e o sal.
sem sal, insípida, sem cheiro, inodoravante considero-me um ser abolido da sociedade brasileira, um bicho solta, solta nao, largada, tão sem dono, que por vezes é extremamente assustador.
em cada batucada de Chico, afundo os pulsos, em cada pesadelo deposito tudo o que de mim resta, e resta apenas o pó, a dor, a pura tristeza....o final da luz no fundo do túnel...e no desalento me afogo e não peço socorro, pois sei que ninguém me vai socorrer, e assim entrego os pontos.
bem vinda à terra dos rejeitados, bem vinda à terra dos rejeitados, bem vinda à terra dos rejeitados, bem vinda à santa terra dos rejeitados, e por detrás de uma bela maquinagem há sempre uma mulher destroçada, detestada e esquecida...esquecida...tao esquecida...lembraste? pois nao....

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

_________________ .


...quase que foi
...quase feliz
...quase sozinha
...quase seca
...quase compreendida
...quase longe
...quase renascer
...quase ponto final
...quase ERA...quase sem entender....e sem dar a entender..entendo-me estranhamente humana...
...quase que novamente penso que sou...!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Toquei-me!


Pára meu, dizer que sofre, que dói, que já não dá, é pouco, muito pouco.
Assumir a merda em que a nossa vida está é o mínimo, tomar alguma decisão aí sim é o cerne da questão.
.... hoje ao subir a brigadeiro com o coração a saltar pela goela e a cabeça a mil, pelas palavras sobre tudo, tanto, e tão pouco, senti-me por momentos pronta para explodir, mas nada dramático, tudo saudável, tão saudável que o peito silencioso de lágrimas abriu um sorriso, passou pelas luzes da cidade e foi acariciado até pelos mais tarados e maníacos e sentiu-se seguro.
Não vou dizer que "já sei olhar o rio por onde a vida passa, sem me precipitar e nem perder a hora.." até porque confundir chuva com precipitação é erro não só metereológico como consolo psicótico para se fingir bem...apenas sei que caminho em busca da minha paixão por mim, e loucamente minha, sabendo que tenho o mundo nas minhas mãos, basta só observa-las ,ver-me, e de manhã quando fitar meus olhos no espelho, vou achar-me sinceramente mulher.
para ti, que cheiras...mas só cangotes, um beijo enorme!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

27 de Outubro


Flor bela - espanca, agride, não mata, vai moendo, vai ardendo, vai sufocando, vai destruindo.
Flor bela ilude, engana, maltrata, imagina, idealiza e sofre.
Mas sabendo de tudo isto, a bela flor sempre nos encanta, e a beleza que é tão relativa?
E de toda essa beleza sobra olhar o céu e vê-lo tão imenso quanto as possibilidades de concretizar.
São Paulo, 02:44,garganta toda fudida, seca, inflamada, insónia, céu no ouvido "Grains de beauté".
E à espera do caminho para casa revejo a minha vida na minha memória bastante danificada, mas minha.
Entre Luanda, Lisboa e Sampa, perdem-se os amigos e amores de vista, perdem-se as saudades, perdem-se as promessas, juras eternas, perdem-se contactos, perde-se a vergonha, a noção de felicidade, a noção de tempo, perdem-se também os contactos e os bafinhos, os olhos...quantos olhares, quantas verdades, quantas!
Sem terra, sem casa, sem colo, sem carinho, sem a minha língua, sem, só só, e assim vai, e os anos passam e continuo a carregar as minhas ideologias, e afirmo sem tirar nem pôr que amor é lindo!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Digam que ela voltou!"


Amadurecer a dor nunca foi o meu forte.
Usá-la como criação só mesmo no auge da sua facada no peito.
e de tudo o que quero escrever, apenas me vem com mais sabor a liberdade extrema que anda comigo de mãos dadas!
saber-te o sabor, é reviver passados tão futuros, de presentes tão passados.
Ser, ser ,ser , ser e ser eu, só eu, muito eu, e fodasse tudo o resto que me prendia,que eu me maltratava.
O livre arbítrio e a liberdade andam de mãos dadas, mas nem sempre nos lembramos disso.
nem sempre as nossas escolhas coincidem com a nossa extrema liberdade.
Acredito na liberdade dentro do meu amor por alguém, acredito só que já me tinha esquecido que é possível ser livre e ser de alguém.
e o machismo e a ignorância ocuparam apenas 7 meses de um amor que idealizei grandioso e livre.
Aprendizado, puro e caliente aprendizado, e dele não me queixo, e dele não me vangloriu, dele tenho noção , dele aceito, dele...
e o processo ainda agora saiu da coxia, e eu já disserto sobre ele e suas propagações.
olho-me ao espelho, e vejo-me linda, sem bâton vermelho,ou olhos borrados, mas uma menina mulher, que saiu do pós-dramático em que se meteu, ainda com ramelas nos olhos, se sente sensata e tranquila.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Garoto


Entre o cacau, o amendoim e o leite em pó integral, afogo todas as minhas ansiedades e angustias.
os dias fazem-se escuros e neles a minha beleza vai-se esvaindo como se líquida fosse. Sem especificar, apenas sei-me meio desistente de tudo isto , fracassada pelos medos, derrotada pelas desilusões, traída por todo o amor, entre as espadas e as paredes ando-me zombi pelas ruas, ando-me de olhos no chão e cabelo desgrenhado , seco, sem brilho, mas o peito aumenta, sinto-me desidratada, de vitanimas so tenho o pedaço de anánas que comi de manha.
Acredito que mais vale viver numa constante depressão, do que ter altos e baixos, Tao altos e Tao baixos que não é possível exemplificar com gráficos, ou estorinhas da bela adormecida e do príncipe encantado.
Funções que roçam o mais ínfimo segredo do homem, nas suas entranhas, a sua mais crua e dura essência, aquela coisa feia que todos temos, mas que apenas nos matemos pela aparência.
Sim, porque cativar e ser amada por todos, é um grande mérito...."Conversa de merda", cativo-me a mim e tenho de me amar por conta própria, hoje em dia já ninguém quer saber de nada nem de ninguém, e se eu morrer amanha, vou ser só mais uma noticia de um jornal sensacionalista "Gringa morta em apartamento no centro!", isto é, se for render algum dinheiro essa matéria.
e desta vida não se leva nada, ao menos os garotos de chocolate redem alguma felicidade!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quinta feira 7


Café com leite, pão com peito de peru, conversa matinal agradável, tangerina, pé dormente.
Praça da Sé, mendigos, loucos e maníacos, tarados e esquizofrénicos, o homem que contava ao policia " minha mãe é uma vagabunda que tentou dar o golpe da barriga em meu pai, e meu tio um grande estuprador, pedófilo, e eu tentei enforcar os dois mas não deu certo..." poupa tempo, falta de civismo, assédio, tristeza, medo, calor e a presença de tudo e todos.
Mãe no metro com o filho doente, com tubos enfiados na garganta, para a hemodialíse, lágrimas a escorrerem pela sua alma, passageiros curiosos e fofoqueiros, e sem me aperceber já me derretia em lágrimas, que rapidamente engoli, pois senti insultuosas perto do sofrimento da pobre ma~e, que anda de hospital em hospital há 13 anos, nessa vida-a-vida.
Apetite 0, os espelhos hoje estão todos partidos aqui em casa, não para dar azar mas para não me ver tão cedo nem tarde, hoje o ap aparenta estar gigante, e eu estou aqui no canto do sofá amarelo, entregue aos bichos, às pragas, às mágoas, onde a minha alma se derrete em lágrimas como se de açucar se tratasse.
Hoje sinto-me o ser mais solitário do mundo, e no meio do segundo turno das eleições, do desaparecimento de 547 brasileiros por dia, da falta de sexo entre os casais de meia idade, encontro-me eu, isolada do mundo, neste cantinho do meu mundo que se chama solidão!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Criazo, agora tenzo, aguentóó!"



- O dialogo!
- repito....o diálogo!
Mas de forma direta, sem rodeios, sem meias palavras, sem constrangimentos, sem peidos entalados para dar na casa de banho, a não ser claro que se materializasse a coisa, se bem que já esteve mais longe de virar Brasil!
Somos aquilo a que apelido de irmandade, de amordade, de confraria, associação de duas almas que se encontraram no meio de tudo aquilo que tínhamos como garantido!
Por ser difícil lidar com todo o choque cultural, torna-se estimulante, andamos em testes de aptidão diários, as madrugadas ganharam sol, e nas manhãs existe a lua cheia mais brilhante.
Entre analogias de Freud e cantigas de Chico fazemos típicos rituais de desmembramento de tudo aquilo que somos, pensamos ser, e ainda tentamos abolir a vaidade e orgulho tão latentes no ser humano!
E o tempo já vai longo, e não há datas ou mesmo alianças que nos unam, unicamente a vontade de estar. isso basta, isso sempre irá bastar...e a certeza de que quando não for, já foi, já era, já deu, valendo sempre a pena tudo aquilo que andamos a construir.
Temos dores de pensamento, dores de racionalização extrema, dores de consciência atenta e eficaz, e se sentimos falta de algo ao nosso redor, claramente estamos em falta com nós próprios!
Assim,cada passo é reafirmado pelos dois, e experimentamo-nos numa relação por vezes ambicionada e receada por ambos, a fusão entre liberdade e lealdade, amor e amizade, vaidade e simplicidade, verdade e discurso!
e assim vamos...caminhando, caminhando, caminhando, caminhando...porque "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!"
Te amo
Tua!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Magestosa

"Se eu lhe contar por onde andei....e nada clareou, e a saudade bateu, e no peito ficou!
Mesmo passando por despercebido ou mesmo esquecido, o amor que sinto pela minha matriz,e sua essência chega-me à mente todos os dias, sem excepção!
Ter uma mãe como a minha, mulher, senhora do meu destino, comandante dos meus sonhos, impulsionadora dos meus descobrimentos, colo dos meus feitos, bons ou maus, aí estão eles, e assim sou eu, e assim sofres tu, sofre pai e irmã, e a nau continua, e não pára,. porque o tempo jamais pára, e fazem vinte anos hoje que a lenda se foi!
Perdido o foco, retomo-o, vangloriando mais uma vez a amiga que o Universo me deu.
Mãe, das mais belas palavras e gestos, cabem-te a ti uns bons milhares, não só os que acompanharam a nossa ceia regada de azeite, de vermelha carne, entre os verdes e as coloridas, mas todas aquelas que me recordo com ternura e já saudade desde da minha mais dependente existência, e olha que ainda não partiste para o continente perdido! Tudo fica mais claro e mais simples com a tua presença, tudo é saudável, amistoso, puro e mais do que isso, genuíno!
Queria-me tão forte e determinada como tu, queria-me um fio de cabelo de ideal que és, queria-me feita e regrada, mesmo dentro de toda esta desordem de pensamentos e desrotinas que comandam esta vida de louca e alienada de tudo o que é normal, faz parte da conduta de qualquer cidadão que pretende alcançar alguma finalidade, alguma regra!
E das minhas carências faço glorias, e dos meus amigos faço heróis, e da minha desmaterialização faço ideologia, das horas perdidas entre cigarros, álcool e depressões assento a minha vida!
e contigo minha mãe amada, minha raíz, consigo por pequenos instantes de final de conversa entre garfadas, soluços e lágrimas entender que mesmo dentro de toda a desorganização, apesar da determinação e vontade de vencer, existe sempre uma coisa que em suma Jamais me poderei esquecer, DE MIM!
Amar-te é e será sempre pouco para definir o tamanho de tudo aquilo que nutro e brota em mim por te saber ser deste mundo, por ser ser do teu ser, por seres minha mãe!
Contudo, e de todo sendo pouco, arrisco-me a dizer que te amo, com todas as minhas energias, e que ainda não inventaram palavra para definir o quanto te venero!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Cruzes, credo!"


Acho pouco...muito pouco o que quero dizer...
Penso muito, muito mais do que consigo escrever...
penso, e penso e volto a pensar até me perder no meio de todos esses pensamentos que me atropelam a visão, deixando-a embassada, perdida, longe, num bairro comum onde me deparei hoje, sentada no chão da entrada de uma loja, toda torta a roer as unhas, a babar a mão, e com a cabeça tão desfragmentada como pedaços de merda a boiarem na aguá ao longo da costa. Facto é, que já ninguém se questiona, merda por merda que esteja na aguá, que vá para longe, quanto mais longe de nós, melhor.Queremo-nos sempre afastados da desgraça alheia, apenas nos aproximamos para satisfazer o mórbido desejo de, na desgraça dos outros descarregarmos um pouco toda a repressão e instinto animalesco reprimido por uma sociedade dita democrática que nos fode todos os dias com as balelas da busca pela civilização perfeita. "Como matar alguém perfeitamente?""como roubar perfeitamente?""Como enganar perfeitamente?" "como eludir perfeitamente?" e assim perfeitamente entra a igreja Católica com a promessa do céu para os fiéis, procurando desta forma ter um perfeito controle sobre todos esses perfeitos e imperfeitos dejectos que somos!Ando cansada de viver numa ilha isolada do mundo em que a capital se chama coração e a razão me mantém num constante inferno!

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Sou as duas metades da laranja!"


e mesmo reunindo todo o sumo da nossa laranja, somos infinitamente carentes, infinitamente solitários, infinitamente alegres e de vez em quando felizes.
Apenas posso acreditar no amor, e em todas as suas formas...como será possível ser unilateral se o amor acontece quando menos esperamos.
A lealdade acima de tudo, espero meus amores leais, pois a fidelidade é extremamente relativa, apenas peço a sinceridade total para a partilha de novas paixões ou dessas mesmas paixões. Qual o interesse de guardar um amor tão grande num cofre se esse amor é tão maravilhoso e deverá ser para todos, apenas nos pertencemos a nós, por mais dura que seja a realidade...o que é o corpo ao compararmos com a nossa alma? sei que o amor é sagrado quando visto dessa forma, e não interessa a sua durabilidade mas sim a sua verdade. Sinto-me livre, sinto-me apaixonada por essa liberdade, sinto-me amada e desejada, sinto-me a viver, sem pressas, sem rotinas, sem rótulos, seM exigências, sem cobranças, apenas vivemos e vivemos sabendo que nada é eterno, mas nós podemos sempre torná-lo, pois o amores nascem, crescem e nunca morrem pois existem e existirão sempre mesmo que não seja na nossa vida como actuais amantes!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Luz negra

"Sempre só
eu vivo procurando alguém
que sofra como eu também
mas não consigo achar ninguém

Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Tô chegando ao fim

A luz negra de um destino Cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde eu tô representando o Papel
Do palhaço do amor

Sempre só
E a vida vai seguindo... vai Seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Tô chegando ao fim

A luz negra de um destino Cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde eu tô representando o Papel
Do palhaço do amor

Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Eu tô chegando ao fim

Eu tô chegando ao fim
Eu tô chegando ao fim
Eu tô chegando ao fim"


Composição de Nélson Cavaquinho e Irani Barros

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Parabolé


Representa partes do pensamento humano

Ando com as partes espalhadas ao meu redor, não consigo ordenar, ou tão pouco dar-lhes algum sentido.
Tenho nesse sentido, sentido um desmerecer das mesmas, um cansaço acumulado, como se já estivessem gastas, esgotadas, acabadas...daí derivar do grego e do latim, não só pela evolução da língua Portuguesa, mas porque de facto não há nem língua nem cabeça que aguente as palavras do pão nosso de cada dia.
No entanto é nestas palavras e em tantas outras que encontro o meu consolo, o meu confessionário sem penitência, mesmo quando já me foi garantido o inferno como sentença, nelas me acalmo, me derramo,e com elas os sentimentos aprimoram o paladar provocado.
Num intenso processo de inspiração, recolho todo o ar que me resta, encho o estômago de comida plástica, constato que mais uma noite se passou e o esgotamento está pelas redondezas!

Vi...vendo!


"Escuto mas não sei, se o que oiço é silêncio, oh Deus..

Apenas sei que caminho como quem é amado, olhado e conhecido!"

E na meia hora que passou, olho-me vazia....vazia....congelada pelo exposto...realista com o que me espera.
"Tu vais mesmo?"
Acredito que já fui, estou a caminho, embarco amanhã no condensado de tudo o que sabemos legítimo, do papel assinado, do pranto em que me tornei.
Deixar em aberto é duro, quando em aberto já me encontro, escancarada mesmo.
Evitando a tonalidade da despedida...encarrego-me apenas de te dizer que a vida faz de mim uma mulher ciente do óbvio, "um dia a gente se encontra"!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Bem me quero!


O ego...o ego...o ego....
Ecoa....ecoa....ecoa...de dentro para fora,da cabeça para o saco, pena não sair para o vaso quando urinamos!
Por causa de todo esse eco, não nos permitimos: amar mais o próximo, sermos os primeiros a fazer a tão sentida declaração de amor, sermos os últimos a saber do final da relação, sermos os deixados, e sermos assumidamente o que somos e sentimos em detrimento do que devemos ser e sentir!
No meio de toda esta Egocrisia, registo aqui que me dói não termos sido, mas a dor sem precedente reside no facto de não ser o malmequer colhido, deixando para trás todo o amor de mulher e as certezas do caminho!
Os dias vão passar, e agora vai ser o tempo que me vai comer, e as horas que me vão beijar!
Os meios de comunicação serão os mesmos, no entanto não me actualizo mais para ti nem te espero actual, esperava-te só mais personificado, mais decisão, mais causa-efeito!
Mas a vida é feita de escolhas, e eu fi-la por mim, sabendo que o reflexo era plural...acabando por ser delicadamente singular!
" Podemos ser amigos simplesmente, coisas do amor nunca mais!"

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rodízio


Onde anda o amor do criador?
Onde anda o amor que construiu a Humanidade?
Onde anda o amor próprio?
- A meu ver, o amor dos criadores que somos nós, ou supostamente deveríamos ser só se aplica na refeição necessária do ser humano para satisfazer a sexualidade que aflora desde que o homem é homem!
- Por sua vez o amor que construiu a humanidade, hoje é substituído por mães e pais tele-comandados, pela pressão tecnológica e capitalista que envolve o mundo.
- O meu amor, o próprio do amor, esse por mais que queira sobreviver é e será continuamente posto de parte a favor de uma boa picanha, maminha, alcatra...e assim talvez no final do rodízio o coração seja lembrado e devorado de uma vez!
Por falar em cara metade, acredito que deve ser meio estranho ver-me ao espelho com outra metade da cara sem ser a minha, acredito também que pode ser reflexo de um enorme recalcamento que carrego, por de facto não me conseguir reflectir por muito tempo no espelho com outra!
Acabar só, é forte, mas a ideologia é mais forte ainda......o amor em que acredito foi dar uma volta com o criador e com a humanidade, só fiquei eu, própria!

Exuberância!


São Sete horas da manhã, posso não ver o Cristo da janela, mas vejo o dia a raiar tão delicado, como se pedisse permissão para o fazer!
Num misto de sentimentos, consigo ressaltar o momento de beleza e revolução do planeta Vénus, em pleno inferno astral!
Repertório conseguido, espectáculo realizado, energias canalizadas e repostas!
Por vezes sinto-me respirar pelas minhas verilhas, orelhas, ponta dos pés, pelos cabelos, sinto que o meu útero acolhe todo o ar que rodeia o ambiente onde pela voz digo ao mundo qual o timbre da minha alma, qual a musicalidade do meu ser!
Sempre bastante boquiaberta vejo-me levada pela minha música a vários cantinhos de sampa, onde tenho a honra e o enorme privilégio de conhecer génios da música que me concedem a oportunidade de estar, fazer e acompanhar um pouco do se mundo e até fazer parte do mesmo!!!
Eloquente tudo isto, eloquente tudo o que tem sido!
Tenho o coração em brasa, o espírito aberto" pouco, pois já sei o que a casa gasta", e uma súbita ansiedade em compor, por no papel e no pentagrama o fervilhar de ideias e emoções que comandam a minha pulsação neste exacto momento!
Sinto-me bem, a planificar melhor o amor que sinto por mim, as minhas prioridades, em busca de tudo o que o dia tem para nos oferecer, em busca...em busca...porque amanhã as sete horas da manhã continuarão a existir!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma mulher na cidade!


E na delicadeza de cada madrugada que passa, deixo-me escorrer pelas horas e luas, a solidão acompanha-me como se de um vinho tinto seco se tratasse, fumar faz parte dos verbos que pratico, meditar e por vezes chorar sobre mim mesma decorre na ordem natural da atmosfera de que me sirvo em todas essas madrugadas!
As saudades de tudo o que me pertence assombram-me, quando recordo feliz os sorrisos trocados, os beijos dados, os abraços dedicados, as palavras mais singelas, os vícios mais ousados, as experiências mais viscerais, as provas passadas, os aprendizados, as promessas, as concretizações, os contos de todos os finais felizes e infelizes que regam a minha vida!
Agarro-me a todas estas madrugadas com a certeza de que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" que cada lágrima que me cai vale e valerá por toda a concretização de mulher e artista que me sinto quando o sol volta a nascer atrás da massa de betão que sufoca São Paulo, e mesmo no meio de tanta massa cinzenta, consigo florir com o sol, como se de uma jasmim me tratasse!
"Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou "uma mulher" da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou " a mulher" que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem."

Ary dos Santos, adaptado por mim à mulher da cidade.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

É, nós!


" Sentir em nós, sentir em nós, uma razão para não ficarmos sós, e nesse abraço forte, sentir o mar, na nossa voz, sonhar como quem sonha sempre navegar, nas velas rubras deste amor "
E como a noz, estamos unidos por duas partes simétricas, enrugadas por tudo o que já passámos, pelo que ainda se há de cumprir....e dessas duas cascas resultamos nós, a nossa cumplicidade, o mútuo afecto, que um dia como sugere a imagem ira fazer brotar um nószinho do tamanho do que nos une!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Cest la vie!


Fonte de inspiração, fonte da vida, fonte do meu amor por ti, fonte da sabedoria, fonte de tudo aquilo que sinto, e venho sentindo, mas por estar envolta em tantas teias que eu própria criei e me envolvi, a boca fica seca, e descubro-me muda no meia de tantas palavras!
se fosse um pássaro voava para longe de toda esta podridão que é nosso mundo, enfrentava todos os perigos que me iriam rodear em busca da tão apetecida liberdade.
No entanto intrínseca à tão desejada liberdade está a boa da responsabilidade, e dessa advém a consciência, o efeito da causa, o reverso da moeda, o medo de sofrer, o gosto pela vitória, o amargo da expectativa...e a aflita noção de que apesar de todos os contingentes, a escolha está sempre nas nossas mãos.
Assim o destino resulta dessa bendita escolha, traçamos todos os caminhos da nossa estrada, fazemo-nos à vida como queremos e sentimos, muitas vezes mais como "podemos", e quase sempre como "devemos" como "tem de ser" e como "assim será ,melhor".
E tudo será melhor, se ouvirmos a nossa voz interior, esquecermos os medos e as angústias, e unicamente seguirmos a árvore mãe que dentro de cada um de nós permanece.
No entanto, sabemos que o mundo não é justo, e está longe de ser perfeito, e assim na busca da liberdade aplicamo-nos com responsabilidade em fazer escolhas baseadas no dever que temos, em pelo menos um dia sermos Felizes!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ahpólo!



Consigo ouvir os sons dos violoncelos que emitem os meus Astros, hoje enarmónicamente, sem dissonâncias ou tritonos para resolver, tudo de forma regular e natural se alinha, tenho a minha lua, o meu sol, Vénus, Júpiter, em extrema harmonia com a minha geminiedade lucidamente leonina!
O mundo conspira a favor de toda a minha música, pois aqui, agora, neste momento sou eu, a minha alma canta, a minha canção cintila pelas redondezas, invadindo os sonhos das crianças como se fosse uma pequeno acalanto de boa noite.
"Ai como essa coisa é tão bonita, ser cantora, ser artista tudo isso é muito bom, e chora tanto de prazer e de agonia.." pois toda essa agonia me sintetiza, me fortalece, fornecendo-me o necessário e suficiente prazer para dar à luz a minha arte, o meu saber mais puro, mais divino, mais singular, a minha voz, a minha vida!!
Hoje canto-me
canto-te
canto-o
canto-vos
canto-nos(ou nuas)
de forma massiva, digna de Indústria cultural, não para seduzir as massas, mas sim para cozinhar a minha própria massa, o meu eu em consciência com os meus sentimentos, os meus medo, as minhas angústias.
Agora grito para o mundo que sou música pelos olhos ouvidos boca e nariz...pelo suor das minhas axilas, pelo odor dos meus poros, pelas hormonas do meu útero, pelo sangue que me corre e correrá sempre, pois EU corro, danço, salto, pulo, faço amor ....e fazendo amor pela minha MÚSICA, EU FAÇO-O PELA MINHA PRÓPRIA VERDADE!

domingo, 21 de março de 2010

Um(a) só!


O tempo vai passando e com ele as estações do ano, as folhas vão caindo, o capitalismo emerge logo de seguida, entretanto completamos novas primaveras, e finalmente somos abafados por um terrível bafo Ibérico.
Lembro-me de ti em cada Outono, Inverno, Primavera e Verão!
Sei exactamente das piadas que te irás rir sempre, das tuas músicas preferidas, da tua disposição matinal, das tuas esquisitisses para comeres, da tua sensibilidade à flor da pele, da tua veia artística com cada vez mais vigor, das tuas sardas, do teu cabelo, da tua cintura tão delicada, do teu olhar transparente, puro, e tão mas tão frágil e inocente!
Lembro-me de muitas outras coisas, e mesmo longe sei e sinto-te no perfume que muitas vezes paira pelo ar!
Sei e saberei sempre que te amo, e que mesmo sem te ter, ver e tocar, não há noite que não te dê um beijo na testa de boa noite e te veja adormecer!

p.s Amo-te mais do que tu acreditas :)

Cri-cri, cri-cri!


"Ando tão à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar, ando tão à flor da pele, que teu olhar flor da janela me faz morrer!"
Ando fraca, resolvi pendurar a minha alma num cabide, junto das roupas, está cada vez mais insípida e encarquelhada!
Os males de amor não passam com medicação, ando a ressacar as piores bebedeiras de sempre....pelo rosto caem-me as lágrimas e a estranha vontade de partir por momentos para um lugar distante, em que te possa esquecer par sempre, mas te possa ter presente de uma forma eterna!!!
as teclas do piano, suas melodias e dissonâncias têm acompanhado todas estas noites em que acordo de madrugada com frio, e com os gritos d minha alma que continua pendurada no armário com as roupas. Há noites em que ele grita tanto que amanheço o dia em claro sem saber como a acalmar...os alimentos já não me servem, e as roupas andam meio agri-doces. Vou tendo a minha música que me acompanha, e alguns amigos , que igualmente com as suas mazelas me vão acompanhando em cada dia que passa!!
Não sei se haverá alguma solução para tudo isto que eu ressinto a cada minuto que passa!!
há noites mais escuras, mas tb há aquelas em que as gotas não param de derramar este espaço em que me encontro!!!
e a vida continua e eu vou de arrasto com ela!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Apática

Sinto a alma fraca!
É difícil manter-me em pé com as dores que tenho nas pernas, provocadas pelas varizes!
Dói-me a cabeça e sinto uma leve pressão no útero.
Hoje está a ser especialmente difícil escrever...com muita coisa pra dizer e muito pouca a ser ouvida, o tempo vai passando, e com ele a força de expressão e da impressão que certas circunstâncias vão deixando!
e cada psicose fosse levada mais a sério, provavelmente teríamos menos loucos nas ruas e mais nos hospícios, mas até para ser louco é preciso ter sorte!!
Sorte no tipo de loucura, na hora que vai acontecer, nos motivos, e nas intenções das mesmas!
Loucura hoje em dia vira piada, filme, peça de teatro, há até quem diga que vira patologia!
Só sei que hoje estou louca para amanhã o dia nascer feliz, pois estamos meu bem por um triz!

terça-feira, 16 de março de 2010

I´d like to


Feitos para a mera reprodução em massa, acabámos por inventar o amor...
amor esse que venero, que defendo, no qual acredito, e pelo qual rejo a minha vida!!
Hoje passados meses, horas a fio de puro amor à beira mar, deitados numa rede, a vermos o pôr do sol, confirmo-te tão longe de mim, afasto-te para longe de tudo aquilo que tentei construir contigo, aquilo que seria perfeito se fosse possível...
Hoje rasgo a minha roupa, atiro a minha alma para o inferno e vou nua pelas ruas pedir abraços às piores almas dos subúrbios....
Hoje acabaste com a última esperança que eu tinha em sermos felizes, em podermos construir tudo aquilo que seria digno de conto de fadas! esperava-te a cada segundo do meu dia, sentia-te a quilometros de distancia, mesmo sem te ver, sei exactamente as curvas e contracurvas das tuas feiçoes e dos teus sinais.
Quando um dia te souberes amar, acreditares que se quisermos todos, podemos ser os donos do mundo, conquistar as mais altas montanhas, apenas com a força de vontade e a crença de querermos e sermos capazes de ser algo maior e melhor do que simples operários do sistema e deste mundo cheio de cascas como se de uma cebola se tratasse!!
Hoje matas-me...Hoje arrancaste-me o coração sem dó nem piedade...por mais que eu tenha tentado roubar o teu para mim, para amar e cuidar, tu foste o primeiro, em vários actos de vandalismo, a entrega-lo à má sorte, enquanto cuçavas os tomates em frente à televisão!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tudo muda, até surda-muda!


...Infelizmente, mais um ano passou longe da minha terra, e os surdos continuam mudos, e apesar de acharmos que tudo passa, até uva-passa,
"incrédula mente" cultivam-se cabeças que obedecem ao sistema de forma analfabética, ignorante, assim como académica e extremamente perspicaz e maliciosa!
Em cada esquina um novo monte de betaõ e vidro, homens engravatados, a desviarem diariamente milhões para as suas contas no estrangeiro, mulheres diariamente a enfiarem os trocos do dia entre as xuxas para o sustento da família que a espera faminta em casa....
Dias quentes, abrasadores, 40 graus de puro desrespeito, e despaltério contra tudo e todos, a lei do mais vivo , do mais ganancioso e do mais vigarista prevalece numa sociedade com trânsito até ao tutano, em que o mínimo lazer se sobrepõe de forma exorbitante ao salário mínimo, os cidadãos cultivam a sua cólera e deste modo a mesma ainda não foi erradicada!
O maravilhoso pôr do sol, o bom feijão de óleo de palma, o esquema dos bidons de gasolina às tantas da madrugada, a boa da ressaca das garrafas de álcool embriagadas pela demora do porto, o teu colo pela manhã, o teu beijo durante as noites, o nosso amor dentro de nós!
"Surdos, mudem Luanda!"